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.Ele afrouxou as mãos, mas seusdedos se desesperavam para pegá-la de novo,como se aquilo, de alguma forma, a imped-isse de partir.514/1138 Viveria minha vida, imagino.Viveriado jeito que quero, pelo menos uma vez.Aprenderia a ser uma garota normal. Quão longe?Os olhos azuis e dourados delabrilharam. Eu viajaria até encontrar um lugaronde jamais ouviram falar de Adarlan.Se éque existe tal lugar.E nunca mais voltaria.E porque era jovem, e tão estupidamenteesperta e divertida e maravilhosa, emqualquer lugar em que estabelecesse seu larhaveria um homem que se apaixonaria porela e que a tornaria sua esposa, e essa era apior das verdades.Isso o tomara sorrateira-mente, essa dor e o terror e ódio ao pensarem qualquer outra pessoa com Celaena.515/1138Cada olhar, cada palavra de Celaena.Chaolnem mesmo sabia quando havia começado. Vamos encontrar esse lugar, então disse ele, baixinho. O quê? Celaena franziu assobrancelhas. Irei com você. E embora Chaol nãotivesse perguntado, os dois sabiam que essaspalavras continham uma pergunta.Eletentou não pensar no que Celaena dissera nanoite anterior, na vergonha que sentiu aoabraçá-lo quando Chaol era um filho deAdarlan, e ela, uma filha de Terrasen. E quanto a ser capitão da Guarda? Talvez meus deveres não sejam o queeu esperava que fossem.O rei escondia coisas dele; havia tantossegredos, e talvez Chaol fosse pouco mais516/1138que uma marionete, parte da ilusão atravésda qual ele começava a enxergar. Você ama seu país falou Celaena.Não posso deixar que desista de tudo.Chaol percebeu uma pontada de dor e esper-ança nos olhos de Celaena, e antes que sedesse conta do que fazia, diminuiu a distân-cia entre os dois, uma das mãos na cintura ea outra no ombro dela. Eu seria o maior tolo do mundo se adeixasse partir sozinha.E, então, lágrimas desceram pelo rostodela, e a sua boca se tornou uma linha fina etrêmula.Chaol se afastou, mas não a soltou. Por que está chorando?517/1138 Porque sussurrou Celaena, a voz fal-hando você me lembra de como o mundodeveria ser.De como o mundo pode ser.Jamais houve um limite entre eles, apen-as o próprio medo e o orgulho idiotas do cap-itão.Porque a partir do momento em que atirou daquela mina em Endovier e ela colo-cou os olhos nele, ainda destemida apesar deum ano no inferno, Chaol caminhava emdireção àquilo, caminhava em direção a ela.Então Chaol limpou as lágrimas deCelaena, ergueu o queixo dela e a beijou.O beijo a desnorteou.518/1138Era como voltar para casa ou nascer ousubitamente descobrir uma metade de si queestava faltando.Os lábios de Chaol eram quentes e ma-cios contra os dela ainda hesitantes, e apósum momento, ele se afastou o bastante paraencarar Celaena.Ela tremia com a necessid-ade de tocá-lo por completo de uma só vez,de senti-lo tocando-a por completo de umasó vez.Chaol desistiria de tudo para ir comCelaena.Ela entrelaçou os braços no pescoço docapitão, a boca de Celaena encontrou a deChaol em um segundo beijo que fez o mundodebaixo dela desabar.519/1138Celaena não sabia quanto tempo haviam fic-ado naquele telhado, enroscados um nooutro, bocas e mãos passeando até que elagemeu e o arrastou pela estufa, escadaabaixo, para dentro da carruagem que esper-ava do lado de fora.E, em seguida, houve ocaminho de volta para casa, pelo qual Chaolfez coisas com o pescoço e a orelha deCelaena que a fizeram se esquecer do próprionome.Os dois conseguiram se conterquando chegaram aos portões do castelo emantiveram uma distância respeitável en-quanto caminhavam de volta para o quartode Celaena, embora cada centímetro delaparecesse tão vivo e incandescente que foium milagre conseguir chegar à porta sempuxar o capitão para dentro de um armário.520/1138Mas logo estavam dentro dos aposentos,em seguida, à porta do quarto, e Chaol parouquando ela pegou as mãos dele para conduzi-lo para dentro. Tem certeza?Celaena levou a mão até o rosto do cap-itão, explorando cada curva e sarda que tin-ham se tornado tão impossivelmente precio-sas para ela.A jovem esperara antes es-perara com Sam, e tinha sido tarde demais.Mas agora, não havia dúvidas, nem um pingode medo ou incerteza, como se cada mo-mento entre ela e Chaol tivesse sido umpasso numa dança que levara àquele ponto. Nunca tive tanta certeza de uma coisana vida falou Celaena.Os olhos dele estavam incendiados poruma fome que se igualava à de Celaena, e ela521/1138o beijou de novo, puxando o capitão paradentro do quarto.Ele se deixou levar, seminterromper o beijo conforme chutava aporta para que se fechasse atrás deles.E então só havia os dois, e pele contrapele, e quando chegaram àquele momentoem que não havia mais nada entre eles,Celaena beijou Chaol intensamente e deu aele tudo o que tinha.Ela acordou com o alvorecer invadindo seuquarto.Chaol ainda a segurava junto aocorpo, exatamente como tinha feito a noiteinteira, como se Celaena fosse, de algumaforma, deslizar durante o sono.Ela sorriuconsigo mesma, tocando o pescoço do522/1138capitão com o nariz e inspirando-o.Chaol semexeu, apenas o bastante para que Celaenasoubesse que tinha acordado.As mãos dele começaram a se mover, seentrelaçar no cabelo dela. De maneira nenhuma vou sair destacama para correr murmurou ele na cabeçade Celaena.Ela deu um risinho baixo.Asmãos de Chaol desceram pelas costas dela,sem nem mesmo esbarrar nas cicatrizes.Elebeijara cada cicatriz nas costas da campeã,no corpo inteiro, na noite anterior.Ela sorriuno pescoço do capitão. Como está sesentindo?Como se estivesse em todos os lugares eem lugar nenhum ao mesmo tempo.Comose, de alguma forma, tivesse passado a vidasemicega e agora conseguisse enxergar tudo523/1138claramente.Como se pudesse ficar ali parasempre e ser feliz. Cansada admitiu Celaena.Chaolficou tenso. Mas feliz.Ela quase chorou quando o capitão asoltou por tempo suficiente para se apoiarem um cotovelo e encará-la
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